Apresentação dos desencarnados. Como os espíritos se mostram aos encarnados.


Podendo tomar todas as aparências, o Espírito se apresenta sob a que melhor o faça reconhecível, se tal é o seu desejo. Assim, embora como Espírito nenhum defeito corpóreo tenha, ele se mostrará estropiado, coxo, corcunda, ferido, com cicatrizes, se isso for necessário à prova_da_sua_identidadeEsopo, por exemplo, como Espírito, não é disforme; porém, se o evocarem como Esopo, ainda que muitas existências tenha tido depois da em que assim se chamou, ele aparecerá feio ecorcunda, com os seus trajes tradicionais.
____Coisa interessante é que, salvo em circunstâncias especiais, as partes menosacentuadas são os membros inferiores, enquanto que a cabeça, o tronco, os braços e as mãos são sempre claramente desenhados. Daí vem que quase nunca são vistos a andar, mas a deslizar como sombras.
____Quanto às vestes, compõem-se ordinariamente de um amontoado de pano, terminando em longo pregueado flutuante. Com uma cabeleira ondulante e graciosa se apresentam os Espíritos que nada conservam das coisas terrenas. Os Espíritos vulgares, porém, os que aqui conhecemos aparecem com os trajos que usavam no último período de sua existência.
____Freqüentemente, mostram atributos característicos da elevação que alcançaram, como uma auréola, ou asas, os que possam ser tidos por anjos, ao passo que outros trazem os sinais indicativos de suas ocupações terrenas. Assim, um guerreiro aparecerá com a sua armadura, um sábio com livros, um assassino com um punhal, etc.
  • Os Espíritos superiores têm uma figura bela, nobre e serena;
  • Os mais_Inferiores denotam alguma coisa de feroz e bestial, não sendo raro revelarem ainda os vestígios dos crimes que praticaram, ou dos suplícios que padeceram.
____A questão do traje e dos objetos acessórios com que os Espíritos aparecem é talvez a que mais espanto causa.

Na orla escura da esquisita povoação, que começava, aqui e além surgiam criaturas andrajosas e alheadas.
____Não se podia afirmar fôssem criaturas análogas aos mendigos, de alguma praça terrena, em penúria.
  • Esse ou aquele habitante do imenso arrabalde davam a ideia de pessoas que o orgulho ou a indiferença tornavam espiritualmente distantes.
  • De par com esse gênero de transeuntes, outros apareciam entremostrando ironia e desprezo na mímica escarnecedora com que apontavam os viajantes ou a estes se dirigiam.
  • Quase todos exibiam roupas estranhas, cada qual obedecendo às condições e dignidades a que supunham pertencer.
____De modo geral, os milhares de irmãos que se abrigam nestas paragens não se aceitam como são. Habituaram-se de tal maneira às simulações — aliás, muitas vezes, necessárias — da experiência física, que se declaram ofendidos pela verdade. Viveram, anos e anos, na esfera carnal, desfrutando essa ou aquela consideração pelos valores de superfície que exibiam, enfatuados, e não se conformam com a supressão dos enganos e privilégios imaginários de que se alimentavam...
____Narcisos fixados à própria imagem na retaguarda... Muitos se transferiram diretamente da vida física para a região nebulosa sob nossa vista, e outros muitos habitaram,logo_após_a_desencarnação, cidades de recuperação e adestramento, semelhantes à nossa; entretanto, à medida que se evidenciavam, tais quais ainda são na realidade, absolutamente sem quaisquer simulacros dos muitos de que se valiam na estância terrestre para encobrirem o “eu” verdadeiro, rebelaram-se contra a luz do Mundo Espiritual que nos expõe à mostra a natureza autêntica, uns diante dos outros, e fugiram de nossas coletividades, asilando-se no vale de sombras geradas por eles mesmos. Aí, na penumbra criada pela força mental que lhes é própria, com o objetivo de se esconderem, dão pasto, em maior ou menor grau, às manifestações da paranóia a que todos se afeiçoam, entregando-se igualmente, em muitos casos, a lastimáveis paixões que procuram debalde saciar, até as raias da loucura.
____Com poucas variantes, demoram-se nessas situações apenas o tempo preciso aoexame_da_nova_reencarnação ,em que regressam aos disfarces da carne, sem os quais, segundo acreditam, não conseguem seguir à frente, nas veredas da regeneração. Entre o cansaço da erraticidade nas sombras da mente e o terror da luz espiritual que confessam não suportar sem longa preparação, suplicam o socorro da Providência Divina e a Divina Providência lhes permite a nova_internação_na_armadura_físicana qual se reocultam, lutando pela própria corrigenda e pelo burilamento próprio, encobertos transitoriamente noengenho_carnal, que, pouco a pouco, se desgasta, pondo de novo, à mostra, o bem ou o mal que fizeram a si mesmos, no período da encarnação. Obtido o empréstimo do novo corpo, via de regra junto daqueles que se lhes fizeram cúmplices nos desvarios do pretérito ou que se lhes afinam com o tipo de débitos e resgates consequentes, esses candidatos à recapitulação expiatória do passado imploram medidas contra eles mesmos, ...

  • Espírito pode variar-lhe a aparência, mas sempre com o tipo humano. Podem produzir chamas, clarões, como todos os outros efeitos, para atestar sua presença; mas, não são os próprios Espíritos que assim aparecem. A chama não passa muitas vezes de uma miragem, ou de uma emanação do perispírito. Em todo caso, nunca é mais do que uma parcela deste. O perispírito não se mostra integralmente nas visões.
  • Superstição produzida pela ignorância. Bem conhecida é a causa física dos fogos-fátuos.

    • A chama azul que apareceu sobre a cabeça de Sérvius Túlius, quando menino, era produzida por um Espírito familiar, que desse modo dava um aviso à mãe do menino.Médium vidente, essa mãe percebeu uma irradiação do Espírito protetor de seu filho. Assim como os médiuns escreventes não escrevem todos a mesma coisa, também, nos médiuns videntes, não é em todos do mesmo grau a vidência. Ao passo que aquela mãe viu apenas uma chama, outro médium teria podido ver o próprio corpo do Espírito.
  • Os Espíritos podem apresentar-se sob a forma de animais. Mas somente Espíritos muito inferiores tomam essas aparências. Em caso algum, porém, será mais do que uma aparência momentânea. Fora absurdo acreditar-se que um qualquer animal verdadeiro pudesse ser a encarnação de um Espírito. Os animais são sempre animais e nada mais do que isto. (Ver: Metempsicose e Zoantropia)

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