Amar a si mesmo.



Escutar os sentimentos é cuidar de si, amar a si mesmo. 
É uma mudança de atitude consigo. 
O ato de existir ocorre nos sentimentos. 
Quem pensa corretamente sobrevive; quem sente nobremente existe. 
O pensamento é a janela para a realidade; o sentimento é o ponto de encontro com a Verdade. 
É pela nossa forma de sentir a vida que nos tornamos singulares, únicos e celebramos a individualidade. 
Quando entramos em sintonia com nossa exclusividade e manifestamos o que somos, a felicidade acontece em nossas vidas. 
O sentimento é a maior conquista evolutiva do Espírito. 
Aprendendo a escutá-lo, estaremos entendendo melhor a nossa alma. 
Não existe um só sentimento que não tenha importância no processo do crescimento pessoal. 

Quando digo a mim mesmo "não posso sentir isto", simplesmente estou desprezando a oportunidade de auto investigação, de saber qual é ou quais são as mensagens profundas da vida mental. O exercício do auto-amor está em aprender a ouvir a "voz do coração", pois nele residem os ditames para nossa paz e harmonia. Os sentimentos são guias infalíveis da alma na sua busca de ascensão e liberdade. 
O auto amor consiste na arte de aprender a escutá-los, estudar a linguagem do coração. Pela linguagem dos sentimentos, entendemos o "apoio" do universo a nosso favor. Mas como seguir nossos sentimentos com tantas ilusões? Eis a ingente tarefa de nossos grêmios de amor espírita-cristão: educar para ouvir os nossos sentimentos. Radiografar nosso coração. Desenvolver estudos sistematizados de si mesmo. Temos nos esforçados tanto quanto possível para aplicar as orientações da doutrina com nosso próximo. 
Mas... 
E nós? Como cuidar de nós próprios? A proposta libertadora de Jesus estabelece: "amai ao próximo", e acrescenta:"como a ti mesmo". 
Os impulsos do self não atendidos, com o tempo, transformam-se em tristeza, angústia, desânimo, mau-humor, depressão, irritação, melindre e insatisfação crônica. 
Além dos fatores de ordem evolutiva, encontramos gravames sociais para a questão da baixa auto-estima. 
As gerações nascidas na segunda metade do século XX atingem o alvorecer do século XXI com "feridas psicológicas" profundas resultantes de uma sociedade repressiva, cujas relações de amor, com raras e heróicas exceções, foram vividas de modo condicional através de exigências. 
Para ser amada, a criança teve que atender a estereótipos de conduta.Um amor compensatório. Um rigor que afasta o ser humano de sua individualidade soterrando sua vocação, seus instintos, suas habilidades e até mesmo imperfeições. 
O pior efeito dessa repressão social é a distância que se criou dos sentimentos. 
Essa geração pós-guerra vive na atualidade o conflito decorrente de céleres mudanças na educação e na ciência, que constrange ao gigantesco desafio de responder à intrigante questão: quem sou eu? Paciência, atenção, perdão, tolerância, não julgamento, caridade e tantos outros ensinos do Evangelho que procuramos na relação com o próximo, devem ser aplicados, igualmente, a nós mesmos. 
Então surge a pergunta: Como? 
Distante de nós a pretensão de responder. 
Nossa proposta consiste em oferecer alguns subsídios para pensarmos juntos sobre essa questão. Moveu-nos apenas o sentimento de ser útil, compartilhar vivências que suscitam o debate, a reflexão conjunta, a meditação e o estudo em nossos grupos de amor espírita e cristão. Grupos dispostos a compreender a linguagem emocional sob a ótica da imortalidade. 
Temos no Hospital Esperança os grupos de reencontro, que são atividades de psicologia da alma com fins terapêuticos e educacionais - verdadeiras oficinas do sentimento. No plano físico, atividades similares poderão constituir uma autêntica pedagogia de contextualização para a mensagem de amor contida no Evangelho e na codificação Kardequiana. Nestas páginas oferecemos alguns enfoques elementares para a composição de grupos de estudos à luz da mensagem renovadora do Espiritismo, cujo objetivo seja discutir o ingente desafio de aprender amar a nós mesmos tanto quanto merecemos, promovendo o desenvolvimento pessoal à luz da imortalidade. Grupos de reencontro que se estruturem como encantadoras oficinas do coração. Nossos textos nada possuem de conclusivos. Ao contrário, são sugestões singelas com intuito de serem debatidos, pesquisados e contestados, visando ampliação do entendimento e uma reformulação de conceitos sob a arte de sentir e viver. Exaramos algumas idéias que nos auxiliam a pensar em nosso bem sem sermos egoístas, conquistarmos a autonomia sem vaidade, galgarmos os degraus do auto-amor sem arrogância. Fique claro: auto-amor não é treinar o pensamento para beneficiar a si, mas educar o sentimento para "escutar" Deus em nós. Descobrir nosso valor pessoal na Obra da Criação.
Tecemos nossas considerações inspiradas em O Evangelho Segundo O Espiritismo. As palavras imorredouras da Boa Nova constituem o cânone mais completo de psicologia da felicidade para os habitantes do planeta Terra. Façamos o mergulho interior na fala do Mestre:"Ouça quem tem ouvidos de ouvir" Em outra ocasião (...) voltou-se para a multidão, e disse: quem tocou nas minhas vestes? (Mateus, 9:29). 
Escutando e auscultando o coração feminino que lhe procurou rico de sensibilidade e afeto. Escutemos a alma e suas manifestações no coração! 
Celebremos a experiência de amarmo-nos tanto quanto merecemos! 
O eminente Doutor Carl Gustav Jung asseverou: "Nenhuma circunstância exterior substitui a experiência interna. 
E é só à luz dos acontecimentos internos que entendo a mim mesmo. São eles que constituem a singularidade de minha vida". (C. G. Jung, "Entrevista e Encontros"; editora Cultrix). 

 SELF* "É o arquétipo da totalidade, isto é, tendência existente no inconsciente de todo ser humano à busca do máximo de si mesmo e ao encontro com Deus. É o centro organizador da psiquê. 
É o centro do aparelho psíquico, englobando o consciente e o inconsciente. Como arquétipo, se apresenta nos sonhos, mitos e contos de fadas como uma personalidade superior, como um rei, um salvador ou um redentor. 
É uma dimensão da qual o ego evolui e se constitui. O Self é o arquétipo central da ordem, da numerosos os símbolos oníricos do Self, a maioria deles aparecendo como figura central no sonho". (trecho extraído da obra "Mito Pessoal e Destino Humano" do escritor espírita e psicólogo Adenáuer Novaes) 

* Nota do Médium: Conceitos Junguianos usados pela autora espiritual na obra.. SOMBRA "É a parte da personalidade que é por nós negada ou desconhecida, cujos conteúdos são incompatíveis com a conduta consciente". (trecho extraído da obra "Psicologia e Espiritualidade" do escritor espírita e psicólogo Adenáuer Novaes). 

Livro: ESCUTANDO SENTIMENTOS A ATITUDE DE AMAR-NOS COMO MERECEMOS WANDERLEY S. DE OLIVEIRA Pelo Espírito ERMANCE DUFAUX

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